Esses dias recebi um e-mail mostrando uma crítica sobre o Cazuza e sobre o filme "Cazuza, o tempo não pára." Eu fiquei meio que indignado com o mar de preconceito que li e resolvi falar disso aqui no Blog 1992, onde eu sei que muitos me lerão e participarão falando sobre o que acharam.
CAZUZA (10) x PSICOCA (0)
Aqui está a minha resposta:
Discutir sobre pessoas, não é de meu feitio. Não gosto, acho uma perca de tempo, e minha opinião não vai mudar a de ninguém.
Mas vejo esse texto como um poço de preconceitos.
Tudo bem que a importância do "NÃO", ou como queiram chamar, influencia em certas atitudes, e isso é fato. Mas não é nisso que quero chegar.
No começo do texto ela fala que NÓS, brasileiros, estamos cultivando os Ídolos errados. Cazuza nunca foi ídolo e nunca será ídolo pelo que ele foi, e sim pela música, suas letras e sua crítica pessoal e social.
Acho que nem devo falar de Mc Creu, Tati quebra barraco e outros por aqui.
Depois ela fala que teve que conversar bastante com a filha dela, para que ela não entrasse em bacanais, bebesse até cair e outras coisas… A censura do filme foi de 18 anos, creio que ela, como uma psicóloga que batalha para uma sociedade decente, deve ter respeitado a regra. E alguém com 18 anos, pela criação dos PAIS CORRETOS, deve ter noção do que é certo ou errado.
Cazuza teve sorte, família nobre, como outros artistas que apareceram e ainda aparecerão. Só que depois, só quem fica são os melhores, quem se destacam são os melhores, e com ele não foi diferente… Ele não começou a aparecer SÓ porque o pai era dono de gravadora.
Concordo quando ela fala que muitos morrem no descaso por não terem oportunidades, mas como eu disse: tudo é sorte, e ele só prevaleceu porque foi um dos melhores naquilo que fez. Não são sós os bons "de espírito" que prevalecem no mundo, ou você acha que Renato Russo era um Santo, Tom Jobim era um Santo?
Se ele era traficante ou não? Problema foi dele!
O filme, "Cazuza. O tempo não pára" Não foi criado para dar uma lição de moral, para mostrar como viver, como ser ou o que não ser quando crescer. Como tudo que existe no mundo, ele foi criado para lucrar.
Acho que talvez, com a certeza de vida ou sociedade justa que ela tem e luta com fé para conseguir, ela esperava um filme do Tiradentes, Deodoro da Fonseca, Dom Pedro; que como todos os outros da história, justos ou não, foram todos, grandes Filhos da Puta ou Zé Ninguéns que endeusaram, para que essa sociedade brasileira medíocre, no qual todos que estão lendo esse texto fazem parte, acreditassem que um dia o Brasil teve gente honesta e decente.
"Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi conseqüência da educação errônea a que foi submetido."
Preconceito? Talvez sim, talvez não. Cazuza era homossexual, pegou AIDS e morreu assim. A vida de excessos talvez fizesse que ele tomasse o descuido da falta de preservativo e de cuidados necessários. Mas pode ter certeza, não foi pela criação dos pais dele que ele morreu. Não é só Malandro, traficante, homossexual, bêbados, drogados que nós vemos sofrendo com essa doença. Isso virou um problema real, e aparecem pessoas "de bem" (como vocês acham) com HIV. Criação dos pais foi a causa da morte dele?
Depois dos 18, não importa a criação que teve ou como vai decidir viver dali em diante. Depois dos 18, nós vamos para o inferno, não existe mais regra de conduta social, e quem decide o que é certo ou errado somos nós, depende de cada um: Ou é sorte ou é trabalho… Nós somos condenados a viver entre pessoas que não se importam com a gente, e só nos empurram para baixo.
Cada um tem a liberdade de fazer o que bem entender, como a "Dra. Psicóloga" aí fez a crítica. Cabe a cada um decidir: Isso é certo ou errado?
Fica a pergunta:
"Viver a vida intensamente ou se render a ela?"
"Vida louca, vida. Vida breve! Já que eu não posso te levar, quero que você me leve."
